Versões - Comentários

Postado por Thaiza domingo, 16 de agosto de 2009

Se o blog resolvesse fazer uma enquete: “Qual o evento mais legal que você participou desse ano?”, dispensaria a mão no queixo acompanhada de um olhar semicerrado pro alto como se caçasse memórias, pra responder de prontidão: Versões no Sesc Campinas. Ainda que mal passamos do meio do ano, creio que esse posto dificilmente será mudado. Esclareço: não é porque não boto fé no que virá por aí, mas porque esse evento foi memorável.

O projeto, idealizado pela Helô, propõe à um autor escolher o trabalho de outro autor para comentar. Nessa segunda edição, Cláudia Tajes escolheu Marçal Aquino que escolheu Lourenço Mutarelli que escolheu Marcelino Freire. A saga literária durou três dias. As tardes eram dedicadas aos bate-papos com cada um deles e nas noites, vinham os encontros entre escolhedor e escolhido. Participei de dois dias e desses que comento.

Marçal Aquino falou, entre outras muitas palavras, sobre o ofício de ser repórter, escritor e roteirista, as pontes entre literatura e cinema, questões de mercado, a paixão pela produção e contou algumas histórias de bastidores, inclusive de seu recente trabalho na série global Força Tarefa. A noite, no encontro com Mutarelli, explorou histórias da vida do quadrinista de matriz e labuta, sua recente experiência como ator e o processo que o levou a escritor.

No dia seguinte, Mutarelli aprofundou tudo isso no bate-papo da tarde. A noite, o escritor pernambucano Marcelino tomou a cena. Recitou e destrinchou alguns de seus contos em Rasif e Contos Negreiros. Um sotaque gostoso, voz malemolente e visceral, humor arretado e comentários aguçados, me deixariam ouvi-lo por umas dez horas seguidas tranquilamente.

Vale comentar que Manu Maltez, ilustrador dos ditos livros de Marcelino e também de Machado de Assis, desenvolveu uma série de desenhos fantásticos baseados na tradição literária dos bestiários que decora mui bem os espaços do Sesc.

Enfim, Versões, ao proporcionar três diferentes momentos para cada um - tendo sua obra comentada, um longo bate-papo com os participantes e comentando a obra de outro alguém - possibilita uma vivência diversificada. Além dessas facetas, julgo que a mais especial é a convivência nos entremeios de cada sessão, quando o artista se deixa conhecer melhor e transforma-se em pessoa.

A oportunidade de conhecer carrega também um receio de se decepcionar, de repente descobrir que o cara que você admira o trabalho é uma pessoa asquerosa e deplorável. Ao passo que quando o contrário acontece, rapaz ou moça do céu, é extremamente gratificante! Só contentamentos. Ufa! Em especial, devido ao Mutarelli. Estendendo-se para cafés nos intervalos, rodinhas para fumar e gorar a nova lei, botequim pra conversa fiada com o pessoal (pessoal, alias, bastante acolhedor, inclusive comigo que era desconhecida no meio), se mostrou alguém extremamente gente boa e supimpa!

Pra finalizar, o melhor: a saga não pára, a próxima edição está prevista para outubro e abre com quem fechou: Marcelino Freire. Bora que bora!

2 opinaram

  1. Daniel Serrano comentou:
  2. e bora que bora que ficou dos bons o comentário! foi mesmo bacaníssimo o evento & já já tem mais

     
  3. Ale Toresan comentou:
  4. Este comentário foi removido pelo autor.  

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