Nota: 3,5/5

O filme de Clint Eastwood concorre a dois Oscar pelas performances de Matt Damon e Morgan Freeman. O filme se passa na transição pós-apartheid na Africa do Sul, partindo da perspectiva de Nelson Mandela (Freeman), recém libertado da prisão (não se preocupe, são os dois primeiros minutos do filme). Desta grande narrativa, o foco se intensifica na paixão do país pelo rugby, o esporte dos "brancos" (os negros, fãs do bom e velho futebol). O tema parece até infantil - falar de rugby para tratar de um assunto tão sério como o racismo sul-africano? Mas é isso mesmo que Mandela fez - usou o rugby para perdoar e aproximar grupos separados pela dor e medo. As performances dos dois atores são boas, cabem no filme, mas não saltam da tela. O roteiro sim, de tão curioso (e tão real) é que merecia maior atenção da academia. Eastwood deixa muito do conflito racial fora do filme, preferindo narrar esse período de transição através de "micro" conflitos - mostra policiais e crianças, agentes de seguraça negros (de Mandela) tendo que conviver com agentes brancos (do antigo presidente). Nestes pequenos grupos, ele deixa claro que seu filme não é Disney. Conversei com amigos da Africa do Sul, que afirmam ser bem relatada a versão do filme. A maestria e visão política de Mandela são assustadoras!

Não ganha Oscar, mas conta uma história que (imagino) poucos conhecem. Aguarde o DVD, ou veja os horários ao lado.