Em junho inicia-se um módulo de Filosofia no Espaço CPFL: "Anticlímax das sociedades contemporâneas: Foucault, Deleuze e Derrida frente à crise", de curadoria de Scarlett Marton. Todas as terças-feiras, às 19h, e grátis!!! Lembrando também que as palestras são transmitidas ao vivo pela internet, nesse link aqui.
Foucault, Deleuze, Derrida: pensamento rebelde e heranças cruzadas
"Esses três filósofos tiveram, através de suas divergências, como ponto comum a recusa de toda forma de normalização do homem e da existência. Por isso mesmo, eles se confrontaram não só com a questão do engajamento político, ou seja, com uma filosofia da liberdade, mas com a concepção freudiana de inconsciente, ou seja, com uma filosofia da estrutura. Parece-me que a melhor maneira de herdar o seu pensamento rebelde não é repeti-lo, mas reinventá-lo".
8 de junho - Frédéric Worms Poder, imanência e luto originário: o que o momento do vivente deve a Foucault, Deleuze e Derrida
"O atual momento filosófico é o momento do vivente, ou seja, hoje o problema da vida não é mais um problema local, mas um problema global que atravessa todos os outros. No entanto, pode-se interpretar a vida de duas maneiras: como um fato objetivo e neutro ou como uma série de tensões irredutíveis. Para nela reencontrar essas tensões indispensáveis, é imprescindível um retorno diferenciado aos pensadores que, no momento precedente, as compreenderam de maneira tão profunda. Vida e poder, vida e diferença, vida e morte: essas são as tensões que devemos a Foucault, Deleuze e Derrida".
15 de junho - Guillaume Le Blanc A vida pode ser fora das normas?
"Compreender a ação das normas na vida humana, compreender a vida das normas nas ações humanas é engajar-se numa dupla reflexão sobre o poder da norma na vida e, de modo recíproco, sobre o poder da vida nas normas. Esse é um dos centros de gravidade da filosofia francesa dos anos 60-70, que continua a produzir efeitos hoje. Se as normas sociais constituem os sujeitos que nós somos, podemos desfazer essas normas e clamar por um "fora das normas" liberador? Deve-se retomar, com algumas precauções, hoje essa questão, que liga e separa Foucault e Deleuze, como tarefa teórica e importante prática. Podemos turvar as normas no momento mesmo em que continuamos a viver nas águas turvas da norma?".
22 de junho - Pierre Zaoui Da revolução à dissidência: a filosofia francesa depois de Maio de 68
"O que pode nos trazer o pensamento francês de depois de Maio de 68 para compreender nosso mundo de hoje? Antes de mais nada, que o modelo revolucionário baseado na oposição frontal entre duas representações antagônicas da sociedade manipuladas desde cima (no nível da vanguarda dos partidos ou das escolas) está morto. Mas também que a morte desse modelo pode ter um custo terrível: o reaparecimento de formas de soberania brutais e arbitrárias no coração das sociedades aparentemente mais liberais (Guantánamo e todas as políticas de repressão extrajurídicas); a regressão social orquestrada (pelas políticas ditas neo-liberais); o esmagamento de todo pensamento alternativo sob a apologia de um "pensamento único" (a ideologia da avaliação objetiva). E ao mesmo tempo que é urgente inventar um modelo alternativo: não mais revolucionário, mas específico (Foucault), em linha de fuga (Deleuze) ou anti-autoritário (Derrida), ou seja, para encontrar um nome comum a essas três modalidades, "dissidente".
"Esses três filósofos tiveram, através de suas divergências, como ponto comum a recusa de toda forma de normalização do homem e da existência. Por isso mesmo, eles se confrontaram não só com a questão do engajamento político, ou seja, com uma filosofia da liberdade, mas com a concepção freudiana de inconsciente, ou seja, com uma filosofia da estrutura. Parece-me que a melhor maneira de herdar o seu pensamento rebelde não é repeti-lo, mas reinventá-lo".
8 de junho - Frédéric Worms Poder, imanência e luto originário: o que o momento do vivente deve a Foucault, Deleuze e Derrida
"O atual momento filosófico é o momento do vivente, ou seja, hoje o problema da vida não é mais um problema local, mas um problema global que atravessa todos os outros. No entanto, pode-se interpretar a vida de duas maneiras: como um fato objetivo e neutro ou como uma série de tensões irredutíveis. Para nela reencontrar essas tensões indispensáveis, é imprescindível um retorno diferenciado aos pensadores que, no momento precedente, as compreenderam de maneira tão profunda. Vida e poder, vida e diferença, vida e morte: essas são as tensões que devemos a Foucault, Deleuze e Derrida".
15 de junho - Guillaume Le Blanc A vida pode ser fora das normas?
"Compreender a ação das normas na vida humana, compreender a vida das normas nas ações humanas é engajar-se numa dupla reflexão sobre o poder da norma na vida e, de modo recíproco, sobre o poder da vida nas normas. Esse é um dos centros de gravidade da filosofia francesa dos anos 60-70, que continua a produzir efeitos hoje. Se as normas sociais constituem os sujeitos que nós somos, podemos desfazer essas normas e clamar por um "fora das normas" liberador? Deve-se retomar, com algumas precauções, hoje essa questão, que liga e separa Foucault e Deleuze, como tarefa teórica e importante prática. Podemos turvar as normas no momento mesmo em que continuamos a viver nas águas turvas da norma?".
22 de junho - Pierre Zaoui Da revolução à dissidência: a filosofia francesa depois de Maio de 68
"O que pode nos trazer o pensamento francês de depois de Maio de 68 para compreender nosso mundo de hoje? Antes de mais nada, que o modelo revolucionário baseado na oposição frontal entre duas representações antagônicas da sociedade manipuladas desde cima (no nível da vanguarda dos partidos ou das escolas) está morto. Mas também que a morte desse modelo pode ter um custo terrível: o reaparecimento de formas de soberania brutais e arbitrárias no coração das sociedades aparentemente mais liberais (Guantánamo e todas as políticas de repressão extrajurídicas); a regressão social orquestrada (pelas políticas ditas neo-liberais); o esmagamento de todo pensamento alternativo sob a apologia de um "pensamento único" (a ideologia da avaliação objetiva). E ao mesmo tempo que é urgente inventar um modelo alternativo: não mais revolucionário, mas específico (Foucault), em linha de fuga (Deleuze) ou anti-autoritário (Derrida), ou seja, para encontrar um nome comum a essas três modalidades, "dissidente".
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