Nota: 3/5
Visto no Iguatemi
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Atenção: não leia tudo, posso estragar certas surpresas...
Fui conferir o filme que é considerado o novo bicho-papão das bilheterias: AVATAR. Preferi assisti-lo em 3D no Iguatemi. Vamos à história: os humanos são controlados pela lógica empresarial do lucro e querem extrair um tal minério valioso que se encontra somente no planeta Pandora, lar dos Navi. Um ex-fuzileiro, ex- porquê perdeu os movimentos das pernas, é chamado para integrar a equipe Avatar, um programa científico-diplomático que usa corpos Navi, controlados por humanos, para se inserir na cultura alienígena. Isso para evitar que os militares explodam tudo de vez. A partir desta nova chance de vida (de andar e de viver), o fuzileiro cai no dilema do Pica-Pau: ou ouve o anjinho ou o diabinho, isto é, ou abre caminho pro capitalismo ou vira um hippie azul.
Brincadeiras à parte, há muita coisa para se comentar sobre o filme. Para mim, em especial, seria interessante dispor inúmeras linhas a respeito de uma base fundamental da Antropologia: a relação com o outro. Escreverei pouco. Quem é este outro com quem os humanos se deparam? É o primitivo, não civilizado, seres da natureza, bondosos-pelados-bonitos, sem maldades, magicamente místicos, infantis e adoráveis. São azuis, lógico, já que não existem. Em suma, os bons selvagens. Do outro lado, os tecno-humanos corruptos, anjos caídos, onde a esperança se esconde em poucos. Nesse jogo simples do bem versus o mal, não devemos esquecer que o filme é feito para o público norte-americano, espalhando-se osmoticamente através de sua cultura globalizada. Note-se em especial quando Jake, o fuzileiro-salvador, discursa para os Navi: é uma mistura de pregação protestante envolta em gritos Sioux... são alguns elementos que fazem parte do imaginário e ajudam a construir a fantasia não tão ficcional daqueles que são diferentes.
Ah, mas é só entretenimento, não? Dê uma olhada no programa HTS do exército norte-americano e surpreenda-se. Está tudo lá. É o senso-comum travestido de trilhões de bytes para que você não reflita sobre a realidade. Mas ela está lá.
No fim, uma ótima sessão da tarde.
OBS: veja a parte 2 desta crítica aqui.
Como sempre, arrasando nos coments! Parabéns!
Valeu, Gi, mas não é pra tanto... o negócio é expor as idéias para que sejam discutidas.
O filme é visualmente um espetáculo. Como argumento é simples mas direto...muito legal a sua interpretação. É diversão :)