Cinema marginal

Postado por Thiago quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fui ver a exposição e aproveitei para ver os dois curtas. Passaram na biblioteca... é, a galera já achou que não ia ninguém, melhor deixar lá pra ver se alguém pára pra ver... hahahaahahaha Bom, eu fui. Sentei na bancada da internet, junto com o pessoal do SESC, seriam só 30 minutos mesmo... já os longas foram no teatro, estrutura e ar-condicionado no máximo. E até tive uma surpresa: depois que cheguei o público duplicou.. aliás, triplicou!! Três pessoas assistindo, uma apreciação definitivamente coletiva.

Cine Holiúdy - o artista contra o Cabra do Mal
(Halder Gomes, CE, 2004, 15min)
Francisgleydisson é o dono de uma sala de cinema simples lá no interior do Nordeste e apresenta um sensacional filme de ação... até que a máquina dá problema no meio da sessão, e ele tem que continuar com a coisa toda. Bem bolado, o curta conseguiu levar uma tensão no ar bem ao humor regional.

Simião Martiniano, o camelô do cinema
(Clara Angélica e Hilton Lacerda, PE, 1998, 14min)
"Já vi esse cara antes", foi o que pensei quando começou o curta. O pernambucano é um realizador de filmes que, apesar da precariedade (leia-se falta de incentivo), não deixa de produzir suas obras e assim expressar a cultura local. Uma biografia rápida, meio docudrama, sem inovações mas bem tecnicamente.

Meteorango Kid, o herói intergaláctico
(André Luiz de Oliveira, BA, 1969, 80min)
Lula é um jovem universitário soteropolitano, vivendo o regime militar e uma família tradicional de classe média. Falando assim, o filme parece linear e simples, mas não é. As cenas desconexas vão aos poucos mostrando situações onde a ficção se mistura à realidade, o inconformismo que não leva a ação poítica, mas à esculhambação no sentido banditiniano do termo. A filmagem é livre, divertida para quem produz e quem assiste. Tem Tropicália, Glauber Rocha, maconha, sexo, canalhisse, o Batman e o Tarzan, Jesus trepando num coqueiro... para ser visto e revisto, não dá pra pegar tudo na primeira vez... potência criativa!

Superoutro
(Edgar Navarro, BA, 1989, 48min)
Mais novo que o pessoal do Cinema Marginal, o longa apela mais para o choque, com cenas de nudez e escatologia escancaradas (o Contracampo chega a dizer que as obras do Navarro não são "digamos, palatáveis" ao grande público). Outra obra baiana, nesta um mendigo vai vivendo nas ruas, tido como louco, apontando de seu lugar privilegiado as mazelas da nossa sociedade. Lógico que ele acerta na maioria das vezes. Ah, esse dá pra assistir no Porta-Curtas. Extremo.


(sobre os shows musicais, veja aqui; sobre a exposição, aqui)

3 opinaram

  1. Thaiza comentou:
  2. O quê??????? Na telona e poltrona e só três pessoas??? No creo!

     
  3. Thaiza comentou:
  4. Pois é, avacalha e se esculhamba.

     
  5. Thiago comentou:
  6. Agora que você está mais perto do primeiro mundo dá pra entender, o Superman acabou com a marginalidade brasileira.... :-)

     

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