Cinema no MIS: Abril

Postado por Thaiza segunda-feira, 5 de abril de 2010

Saiu a programação! Esse mês dá continuidade aos ciclos anteriores, bastante diversificado e bem selecionado. No grande balaio, têm filmes europeus mais obscuros, Glauber Rocha no meio, o pop do Tarantino, o cyberpunk doidão japonês e até o Haiti no curta dirigido por Daniel Santos, que estava  em pesquisa de campo com o grupo da Unicamp quando a terra tremeu. A exibição conta com sua presença e uma prévia da experiência pode ser conferida no blog de bordo do pessoal.
As sessões geralmente ocorrem na sexta a noite e aos sábados. Lembrando o grande diferencial do MIS: o debate pós-filme! Grátis!

Ciclo:  Literatura alemã através do cinema (Promoção: Revista Eletrônica “Negativo” / Priscila Salomão)

09/04 (sexta)- 19h: Movimento em Falso - "Falsche Bewegung " (Win Wenders, 1975- Alemanha, 106´)
Elenco: Rüdiger Vogler, Hanna Schygulla, Hans Christian e Nastassja Kinski
Adaptado do livro de Johan Wolffgang von Goethe (1749-1832), Anos de aprendizagem de Wilhelm Meister (Wilhelm Meister Lehrjahre), 1795. O filme descreve seis dias na vida de Wilhelm. No vagão de um trem ele encontra desde um atleta que participou das Olímpiadas de 1936, uma atriz, até interromper o suicídio de um passageiro. Estréia no cinema de Nastassja Kinski

10/04 (sábado)- 16h: O Jovem Törless – “Der Junge Törless" (Volker Schöndorff, 1966, Alemanha, 87´)
Elenco: Mathieu Carrière, Marian Seidowsky, Bernd Tischer, Fred Dietz, Lotte Ledl.
Adaptado do livro de Robert Musil (1880-1942), O Jovem Törless (Die Verwirrungen des Zöglings Törleß), 1906. No início do século passado, na Áustria, o jovem estudante Törless, tímido e inteligente observava o comportamento sádico de seus amigos da escola, e não toma nenhuma providência, quando estes escolhem como vítima uma colega da sala de aula, até que a tortura vai longe demais. O filme concedeu internacionalidade diretor Volker Schlöndorff e ganhou em 1996 o Prêmio da Crítica Internacional no festival de Cannes. “Foi com uma adaptação literária que o então jovem Schlöndorff garantiu, em 1966/67, seu lugar no grupo dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão. Embora O jovem Törless, de Robert Musil, não fosse certamente um material fácil para o cinema, Schlöndorff soube transpor a obra com maestria para o cinema, encontrando um estilo específico que, em seus melhores momentos, era profundamente permeado pela literatura de Musil.” (Jochen Kürten)

10/04 (sábado)- 19h00: Morte em Veneza - “Morte a Venezia” (Luchino Visconti, 1971, Itália, 130´)
Elenco: Dirk Bogarde, Romolo Valli, Silvana Mangano, Nora Ricci, Bjørn Andresen.
Adaptado do livro de Thomas Mann (1875-1955), Morte em Veneza (Der Tod in Venedig), 1912.
Adaptação do romance de Thomas Mann, com o rigor artístico peculiar de Visconti. O personagem central é o compositor Gustave Aschenbach, que viaja para Veneza buscando descanso em meio a uma crise existencial. Mas não encontra a paz que procurava, pois logo se apaixona por um belo garoto adolescente, Tadzio. A beleza do rapaz ao mesmo tempo atrai e oprime o compositor. Esse fascínio pelo belo, a busca do sublime e do perfeito se contrapõe à epidemia que ataca a cidade, à pobreza que o cerca, a tudo que se afasta dos ideais estéticos. Tudo faz com que o compositor se sinta mais incompatível com o mundo, acentuando sua crise.

Ciclo: Visões sobre o leste europeu (Promoção: Cinematographo)

16/04 (sexta) -19h: Vento do Leste - “Vent d'est” (Grupo Dziga Vertov: Godard, Gorin, 1969-70,  França, Itália, Alemanha, 100´)
Elenco: gian maria volonté, anne wiazemsky, glauber rocha, entre outros.  
O grupo chamava o filme de “faroeste revolucionário”. Ele trata de inúmeras questões a respeito das posições políticas anticapitalistas, mas principalmente, de questões sobre a ideologia das composições do cinema que são antecipadamente consideradas “naturais”, como a junção da imagem e do som, através de um grupo de pessoas que supostamente fará um filme. O argumento foi sugerido por Daniel Cohn-Bendit que propunha documentar uma greve de mineiros como ponto de partida para Vento do Leste. Glauber Rocha participa do filme com pequena cena, mas crucial. Ele se encontra em uma encruzilhada, parado de pé, com os braços abertos, cantando, quando é abordado por uma mulher grávida que pergunta: "desculpe interromper a luta de classes, mas você poderia me dizer o caminho do cinema político?". Glauber então aponta para o caminho do "cinema perigoso, divino e maravilhoso"


17/04 (sábado)- 16h:  O homem de ferro -  “Czlowiek z zelaza” (Andrzej Wajda, 1981, Polônia, 153´) 
Na Varsóvia dos anos 80, partido da situação manda um alcoólatra para perseguir um grupo de trabalhadores em greve, especialmente um homem cujo pai foi morto durante protestos trabalhistas da década de 70. Por trás da aparência de um playboy bilionário e alcoólatra, esconde-se o Homem De Ferro, um herói capaz de enfrentar o mal espalhado pelo mundo. Muito critico da burocracia comunista que governou o seu país, retratou- a ferozmente em O Homem de Mármore, e situando- se abertamente do lado do movimento da solidariedade e do movimento , Lech Walesa, com o homem de ferro, foi o vencedor de Cannes de 1981.

Ciclo: Cinema e Filosofia- Holywood Lado B (Promoção do Curso Livre de Filosofia: “Corujão”)

23/04 (sexta)- 19h: Kill Bill I (Quentin Tarantino, 2003, EUA, 110´)
Elenco: Uma Thurman , Lucy Liu , Vivica A. Fox , Daryl Hannah , David Carradine
A Noiva (Uma Thurman) é uma perigosa assassina, que trabalha em um grupo liderado por Bill (David Carradine) e que é composto principalmente por mulheres. Ela está prestes a se casar com Bill, mas no dia de seu casamento seu noivo e companheiras de trabalho se voltam contra ela, quase a matando. Ela fica 5 anos em coma, até despertar com um único desejo: vingança.

24/04 (sábado)- 16h: Kill Bill II (Quentin Tarantino, 2004, EUA, 134´)
Elenco: Uma Thurman , David Carradine , Sonny Chiba , Jeannie Epper.
Após ser traída por Bill (David Carradine) e seu antigo grupo, uma mulher (Uma Thurman) fica à beira da morte por 4 anos. Após despertar do coma ela parte em busca de vingança, indo atrás de cada um dos seus antigos companheiros para matá-los.

Ciclo: Cyberpunk Japonês (Curadoria: Gabriel Zanardelli Vince Esgalha) 

24/04 (sábado) - 19h30: Tetsuo - O homem de ferro (Shinya Tsukamoto, 1989, Japão, 67´)

Elenco: Tomorowo Taguchi, Kei Fujiwara, Nobu Kanaoka, Renji Ishibashi. 
Tetsuo é um fílme de ficção científica influenciado pelo Cyberpunk sobre a intersecção do homem e uma tecnologia pós-industrial acompanhada por uma apropriada trilha sonora. O fílme é realizado em preto e branco, o que acentua ainda mais o lado obscuro e alucinatório de toda a narrativa. O filme começa com um jovem punk que é atropelado por um motorista que foge logo depois. Gravemente ferido, o jovem reconstrói o seu corpo mutilado com pedaços de metal, tornando-se uma espécie de Robopunk.

Ciclo do Fanzine MOSH

26/04 (segunda)- 19h: The Band (Bob Smeaton, 1969, EUA, 90')
No verão de 1970, o espírito hippie estava mais do que vivo nos EUA. Seguindo no sucesso do festival Woodstock, um trem atravessou o Canadá carregando os maiores artistas roqueiros da época em uma turnê inusitada. Grateful Dead, Janis Joplin, The Flying, Burrito Bros, Mashmakhan, Jerry Garcia, The Band e Buddy Guy eram alguns dos nomes que estavam nesse festival itinerante e, claro, aparecem neste documentário.


Ciclo: Diversidade Cultural- outras linguagens, outros olhares (Curadoria: Adriano de Jesus)

30/04 (sexta) 19h: As Pequenas Margaridas
– “Sedmikrasky” (Vera Chytilová, 1996, Tchecoslováquia, 74')
Elenco: Ivana Karbanová, Jitka Cerhová, Marie Cesková, Jirina Myskova.
Uma é loira e tem as pernas tortas (“é essência da minha personalidade”), a outra é morena e vive rindo de qualquer coisa. O mundo é delas. Os outros são apenas um detalhe. 

01/05 (sábado) 16h: A cor da Romã - “Sayat Nova” (Sergei Paradjanov, 1969, Rússia, 79') 
 Elenco: Sofiko Chiaureli, Melkon Aleksanyan, Vilen Galstyan, Giorgi Gegechkori.
Biografia estilizada do poeta e trovador Sayat Nova do século 18. Descreve a vida do poeta em oito
seções, da infância à morte, rica em seus simbolismos sacros e seculares. Trabalho revolucionário, realizado sem diálogos ou movimentos de câmera, é uma das grandes obras-primas do cinema do século XX. A história é uma biografia de um músico, poeta e revolucionário da Armênia. Visualmente um deleite, um delírio imaginativo, um poema visual dos mais importantes já realizados. O filme foi proibido, remontado e permaneceu como um dos filmes mais importantes já realizados no cinema.


Programação Especial Curta MIS

01/05 (sábado) 19h30: Estamos Cansados (Daniel Santos, Haiti, 20')
As imagens contidas neste vídeo foram produzidas no Haiti entre os dias 05 e 16 de janeiro de 2010. Antes e depois do terremoto. Este vídeo foi filmado com uma câmera caseira, a edição foi feita também num computador doméstico, portanto é um vídeo amador destinado a divulgar a realidade do povo haitiano. A voz do povo haitiano que precisa ser escutada.

(Foto de Cris Bierrenbach

LOCAL: MIS Campinas: Palácio dos Azulejos, Rua Regente Feijó, 859. / Apoio 100% Vídeo

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