A minha Virada Cultural - por Fabi (crítica)

Postado por Thiago sábado, 28 de maio de 2011

Mais um texto enviado para nós sobre a Virada.

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por Fabi:



Depois de dois anos de ausência a Virada Cultural Paulista organizada pelo Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal voltou a cidade de Campinas.
Este meu artigo será sobre o começo do evento, já que só pude acompanhar a programação do dia 14, tanto pela facilidade como pela conveniência.

Impressões

A minha primeira impressão ao andar pelo Centro de Campinas é de que ninguém sabia que iria acontecer a Virada. As ruas estavam ficando vazias com o chegar da noite, muitas pessoas voltando para as suas casas após mais um dia de trabalho e alguns boêmios começavam a fazer a sua tour pelos bares centrais.

Não havia cartazes, nem folders e muito menos faixas. Algo bem diferente do que se viu durante os jogos da Copa de 2010, cuja propaganda estava espalhada pela cidade. Era mais um sábado campineiro comum, com a diferença que estava esfriando, e gelando cada vez mais.

O primeiro sinal foi no Largo do Rosário, por volta das 18h. Estava chegando com minha família e vimos um grupo de artistas e curiosos. Se não soubéssemos que iria ter a Virada, já imaginaríamos que era mais um grupo de teatro de rua, mas no caso era a Companhia Teatral Cenarte que estava se preparando para encenar o seu espetáculo.

Nós paramos, esperamos e nada do espetáculo. Então, resolvemos continuar a caminhada para o Centro de Convivência, a essa altura o quarteto Priya’s Journey já estava começando o seu show.

Centro de Convivência

Ao chegar no Centro de Convivência vimos o final do Priya’s, pois o show só durou 40 minutos. A minha primeira surpresa. E o som parecia bom, mas infelizmente poucas pessoas acompanharam.

Já era 18h45 e até a próxima atração nós tínhamos um tempo. Resolvemos comer e vimos que tinham algumas barracas montadas para o evento, seria uma “mini-praça de alimentação”. 

Mas aí já dava para perceber o começo de algumas falhas. As barracas estavam sendo montadas e os comerciantes esperando que a organização ligasse a luz para eles. Ou seja, o evento já tinha começado fazia uma hora e a parte de alimentação nem estava pronta. 

Por isso, nós fomos conferir outra atração da noite, um telescópio colocado em frente ao Centro de Convivência para observar a Lua. Como a observação foi rápida voltamos até a área do palco e para nova surpresa a organização ainda estava testando o som e as luzes. Aliás os técnicos e a mesa de som foram cedidos pela cantora Paula Lima para a noite.

O tempo passou, e às 19h30 as luzes acendem, o público começa a aumentar e o cantor Renato Godá começa o seu show que reúne jazz, folk e música cigana européia com chanson francesa. No estilo galã canastrão de voz rouca e charmosa, Renato chamou a atenção do público durante 50 minutos com o seu som romântico brega dançante.

Novo intervalo e finalmente as três barracas de alimentação já estavam funcionando. Só que o preço não era tão atrativo. O único mais em conta era do pastel a R$ 2,50 e não era “aquele pastel”. Já o cachorro-quente estava R$ 4,00 e os lanches a R$ 7,00, com o refrigerante e a cerveja a R$ 3,50. É pelo visto era melhor ir até o supermercado que ficava ao lado ou trazer o seu próprio cooler como fez um grupo de amigos que também foi curtir a Virada.

Nesse tempo subiu ao palco a banda campineira Lisabi que tem como proposta musical misturar ska, punk rock, reggae, etc. O som animou o público adolescente que começou a pular junto com os garotos da banda, mas a maioria, assim como eu, não gostou muito da barulheira.

Depois da Lisabi, a próxima atração, às 22h30, foi o cantor Doc Miranda e a Banda Reggae Spirit. O público já estava grande e esquecendo-se do frio foram dançar junto com o som jamaicano de Doc, que cantou vários sucessos de Bob Marley e algumas músicas próprias, e assim foi o show mais vibrante e cativante da noite.

Depois de quase uma hora de “boas vibrações”, o Centro de Convivência já estava com quase 5 mil pessoas que não se amedrontaram com o frio e já aquecidas pelo Doc puderam conferir a soul music da cantora Paula Lima.
Como uma diva, Paula Lima levantou o público com o seu swing e sua voz potente. Foi uma apresentação perfeita tecnicamente e também muito vibrante. Paula encantou os campineiros com todo o seu carisma e muitos sentiram que valeu a pena ficar passando frio até às 2h do dia 15.

Após o grande show de Paula Lima, o público começou a ir embora em peso e poucas pessoas conseguiram ficar e conferir a musicalidade do grupo João e os Poetas de Cabelo Solto que encerraram a noite do Centro de Convivência da não Virada, já que depois do grupo as apresentações no local só seriam retomadas às 12h do dia 15.

Considerações finais

Se fosse para dar uma pontuação, eu daria a nota 6, principalmente pelas falhas de estrutura, divulgação e pelas fracas atrações culturais. Uma cidade do porte de Campinas merecia grandes artistas como se observa na Virada que acontece desde 2005 em São Paulo, mas para um recomeço já é um grande avanço.

Outro ponto que observo e acho que seria válido é a possibilidade de centralizar ou pelo menos diminuir a quantidade de locais com as atrações culturais. Muitos pontos não receberam quase ninguém, seja pelo desconhecimento ou pela dificuldade de acesso.

Juntando as atrações em até três locais nós conseguiríamos fazer um verdadeiro festival cultural em Campinas e proporcionar ao público mais possibilidades culturais e para os artistas mais chances de serem vistos.

Pelo menos a Virada Cultural voltou, e Campinas está regressando ao calendário cultural do Estado. Só que é preciso continuar a caminhada e não parar no meio do trajeto de novo.

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