- Quanto tempo levou para aparecerem nos seus sonhos?
- Vinte anos.
- Você tentou alguma coisa?
- O quê, por exemplo?
- Terapia, um psiquiatra, shiatsu. Qualquer coisa.
- Não, nada. Liguei pra você.
- Eu sou só um cineasta.
- Filmes não são terapêuticos?"

(de Valsa com Bashir)

Vale menção especial! Uma vez comentei por aqui e repito, o israelense Valsa com Bashir, de Ari Folman, é uma das animações mais fantásticas que já vi e capsiosa, pois é também documentário, baseado nas memórias de guerra do Líbano. O filme coloca em cheque a concepção de que documentário é meramente a imagem do real e, se tratando de sonhos, pesadelos e lembranças, nada melhor que o universo da animação pra dar vida ao imaterial. É juntar goiabada com queijo, um casamento bem sucedido entre técnica e conteúdo. Segue detalhes da programação, gratuita!

A série "Cine CPFL (1912 / 2012): o contexto contemporâneo interpretado pelo cinema" apresenta, nesta semana, dentro da programação da CPFL Cultura, em Campinas, dois clássicos que tratam do conflito militar na península arábica, Lawrence da Arábia, de David Lean, e Valsa com Bashir, de Ari Folman. 

Na quarta-feira (23), Lawrence da Arábia será exibido em única sessão, às 19h. No domingo (27), o público poderá conferir Valsa com Bashir em duas sessões, às 17h30 e 20h. 

Em Lawrence da Arábia, David Lean apresenta a biografia do enigmático T.E. Lawrence. Neste filme, o cineasta desenha um retrato complexo do inglês amante do deserto que reuniu tribos árabes na batalha contra os turcos otomanos durante a Primeira Guerra Mundial. 

Inspirado em fatos reais, Valsa com Bashir conta o retorno de um homem ao seu próprio passado há muito esquecido. O cineasta Ari Folman, um veterano israelense da 1ª Guerra do Líbano, encontra um velho amigo que sofre com pesadelos do conflito. Ari começa a imaginar se suas próprias memórias estão crivadas por falhas. Num esforço para descobrir a verdade, ele procura velhos amigos e ousa confrontar-se com os horrores da guerra.