Taí um balanço do que vi nas telas campineiras, desde sexta passada, até hoje.
Lola (Werner Fassbinder) Visto no: Kreativ Quanto morreu: Gasolina do carro. |
O filme foi lançado em 81 (um ano antes da morte do diretor) e retrata o período da reconstrução da Alemanha pós Segunda Guerra, na fase de milagre econômico .O fio condutor é a história de Lola, a cantora-prostituta de um Cabaret de luxo, que se encanta pelo rico, poderoso e aparentemente íntegro, Von Bohm, o novo diretor de urbanismo. O velho mito da Cinderela, porém em uma roupagem extremamente pop, a estética do cabaret com suas luzes intensas e coloridas, que domina todo o filme. Às vezes dá a impressão de que vemos Andy Warhol em movimento. Um retrato crítico atrelado a uma composição envolvente, vale muito a pena conhecer.
Melancolia (Lars Von Trier) Visto no: Topazio Quanto morreu: R$7,50 (meia) + R$5,70 do ônibus |
É aquele tipo de filme para ser mastigado e pensado umas boas vezes depois. Percebe-se que o diretor continua com um padrão: personagens delicados que aos poucos, na medida em que vamos conhecendo e nos aproximando dos seus cotidianos, subjetividades e intimidades, brotam situações monstruosas. Mais uma pitada de tons apocalípticos, para nos lembrar o quanto a vida pode ser insignificante. Cutuca na ferida e escancara a máxima: de perto ninguém é normal. A temática familiar me lembrou do primeiro idealizado nos moldes do Dogma 95, o Festa de Família, dirigido por Thomas Vintenberg.
Uma Noite em 67 (Ricardo Calil, Renato Terra) Visto na: Casa do Lago/ Unicamp Quanto morreu: Nada, rolou uma carona de ida. |
Organizado pelo Brazucah, um projeto de incentivo ao cinema brasileiro contemporâneo. Foi bonito ver a sala cheia em uma terça a tarde para assistir: 1- filme brasileiro, 2-documentário. Comentado aqui por Tiago.
Adeus, Lenin (Wolfgang Becker) Visto na: Unicamp- Cineclube Película Livre Quanto morreu: R$1,50 de café na cantina + R$2,85 de passagem de volta |
A história se passa no período da queda do muro de Berlim. A mãe, assídua do regime socialista, entra em coma e ao acordar 8 meses depois, o cenário mudou completamente, o muro foi derrubado e a Alemanha esta unificada. Com a saúde frágil, ela não pode passar por grandes emoções, eis que o filho recria todo um cenário para parecer que nada aconteceu. Tons de saudosismo, comédia, sutilezas, críticas, afetos e referências cinematográficas embalam a história. Como diria Hebe Camargo, o filme é uma gracinha!
Palavra (En)Cantada (Helena Solberg) Visto no Sesc Campinas Quanto morreu: R$5,70 de ônibus |
Documentário leve que reúne diversos músicos e compositores para falar da relação entre poesia e a música. Inclusive há imagens do festival de 67 (iguais a do Uma Noite em 67)
Filhos de João: Admirável Mundo Novo Baiano (Henrique Dantas) Visto no Topázio Quanto morreu: R$7,00 + R$5,70 de ônibus |
Mais um documentário sobre música do tipo "histórico-homenagem". Os músicos e afins contam a história da banda, desde a Bahia, passando pela casa no Rio de Janeiro, a presença e importância de João Gilberto na trajetória da banda, a vida no sítio, o contexto artístico (nem tanto o político), alguns causos até a separação do grupo. Mais imagens e filmes da época. Um deleite pros olhos e ouvidos!
Pois é, cinema esta bom, muitas opções gratuitas e diversidade considerável, mas o ônibus tá caro!
Parte do acervo de filmes do MIS-Campinas/ Foto: Thaiza |
0 opinaram